Balancei os cabelos e deixei a água do mar escorrer pelo meu rosto. Apanhei um punhado de areia e soprei fazendo as partículas voarem pra longe. Deu uma saudade enorme da infância, dos tempos que o Guarujá era minha segunda casa, das farras com os primos, dos sonhos de menino. Adormeci na areia... E lá está ela, num bonito jardim. Pude ver seu rosto sereno, havia um sorriso brando e suas mãos tocaram as minhas. Trouxe-me paz. Corri, corri e corri por todos os cantos do enorme roseiral. Ela continuava me olhando por entre as rosas amarelas, brancas e vermelhas. Sorriu iluminada. Acordei abobalhado com uma rosa e um bilhete na mão, com os seguintes dizeres: “Aqui no céu as flores também falam, não existe dor, nem medo. Portanto, diga a eles que estou bem. Não acabou, nunca acaba, é só o começo e eu estou viva, basta cada um olhar pra dentro de si, amo vocês.Assinado: Saudade.”
Sorri.