quarta-feira, março 09, 2011

Soneto da Amizade.


Imagino o nosso cotidiano como uma viagem de barco, por sobre um mar inconstante e imprevisível, que hora pode estar sereno e com águas de um verde-mar manso e tranqüilizador, e outrora revolto, escuro e turbulento, podendo nos brindar com criaturas inesperadas e até assustadoras… A verdade inquestionável é que em nossa jornada enfrentaremos essas variações de humor deste mar que é a nossa própria vida diária, com suas alegrias, frustrações e mudanças de direção dos ventos… Ou então não zarparíamos do nosso “cais”… Pense bem: se a maré não mudasse, o que seria dos pescadores? Sem a força gravitacional da lua noturna, que dá lugar à segurança da luz solar, não haveria ondas… E de que vale um mar sem ondas? O que dizer dos banhistas e das pranchas de surfe, privados da inquietude das águas? O desafio que a vida nos impõe é exatamente essa imprevisibilidade “climática”, incentivando-nos a sempre mudar e a nos adaptar a novas circunstâncias do dia-a-dia, com a flexibilidade de uma árvore jovem, que ao balançar seus galhos à força do vento, permite que eles se verguem e não se quebrem, até que a tormenta cesse e o sol novamente possa entrar em cena…

 Mas convenhamos não podemos nos lançar à colossal aventura da vida sem proteção, sem lastro… Sem alma… Já sentistes o que é estar diante da tempestade sem guarda-chuva? Ou no mar alto, ao sabor aleatório do vento, sem sequer uma âncora? Ou no “olho-do-furacão“ sem um mastro onde se segurar com toda a força dos seus braços? Não dramatizemos tanto assim… Já percebestes o quanto é ruim comer uma pizza sem reparti-la? A pizza é para ser dividida, quer queiram ou não… 

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